sábado, 29 de setembro de 2007

Água, por Diego GF

É assim:
Outrora morna e límpida;
Hoje fervente.

Já devias ter te acostumado com como as coisas são.
Pois te encontrarei: não adianta fugir.
Qualquer que seja teu refúgio, quaisquer que sejam os obstáculos e quão elaborada for a fortaleza que construíres, nada te livrarás. Pois contornarei com leveza cada mínima fresta estreita que deixares descoberta.

E então permearei todos os teus poros, penetrarei escaldante teu corpo gota a gota, retorcendo-te, arrancando-te tudo o que já não será mais. Dissolver-te-ei em alma e restos.

Não guardes mágoa:
Guardes tua língua.
Sou água
Sou vida.

Apenas vida.

E tu que lês! Tens sede?

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Tema para o próximo desafio: OLHOS.

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